'A Luta Continua': The Struggle Continues

Good Morning, Brazil! And to all of you watching us from afar in this special day. Yes, today (October 28th, 2018) is election day down here... and the front runner is the kind of person that would make you think: "Ah, good thing it's 2018 and we don't need to deal with this kind of shit anymore". Then you realize the shit is here, now, your heart drops to the floor, and you start stressing about your own safety and that of your loved ones.

Here is my prediction...

Tradução Português (BR) aqui.

Bom dia Brasil! E para todos vocês nos assistindo de longe neste dia especial. Sim, hoje (28 de outubro de 2018) é dia de eleição aqui... e o candidato favorito é o tipo de pessoa que faria você pensar: "Ah, que bom que é 2018 e não precisamos mais lidar com esse tipo de merda". Aí você percebe que a merda está aqui, agora, seu coração cai no chão, e você começa a se preocupar com a sua própria segurança e a de seus entes queridos.

Esta é a minha previsão…

The Official John Heartfield Exhibition (5 Finger hat die Hand/5 Fingers Has The Hand) Shared with the permission of the artist's grandson, we much appreciate the generosity.

The Official John Heartfield Exhibition (5 Finger hat die Hand/5 Fingers Has The Hand) Shared with the permission of the artist's grandson, we much appreciate the generosity.

“Many, indeed, most political parties, especially in the metropolis, have become open servants of capital, and thus compete, not even pretending to represent the people, but in service to Wealth.

Political parties, in addition to being mechanisms to amass personal wealth, are machines to give people the illusion of democracy."

(Múmia Abul Jamal)

Good Morning, Brazil! And to all of you watching us from afar in this special day. Yes, today (October 28th, 2018) is election day down here... and the front runner is the kind of person that would make you think: "Ah, good thing it's 2018 and we don't need to deal with this kind of shit anymore". Then you realize the shit is here, now, your heart drops to the floor, and you start stressing about your own safety and that of your loved ones.

People are so stressed that even anarchists are talking about voting and doing the “lesser-evil" thing. But what will voting actually do? I have some scenarios in mind:

-J.B. wins and he actually does all the absurd things he claimed to want to do. This is less likely because, let's be honest, when does a candidate actually follow through on a promise? Kill poor people, don't allow an inch of land to indigenous and quilombist peoples, completely neglect public education and affirmative action, condone hate crimes!, militarize whatever necessary, and so on... In this scenario, he would simply be the irrigation of the already existing and thriving crop.

-J.B. wins and he doesn't do anything (as usual). We just continue to live in a country where we need to hear his voice, and we pity ourselves for having the ability to discern meaning out of those inhuman screeches.

-Haddad wins, J.B. rallies his troops and his repulsive minions to take power by force. Democracy is certifiably over, we can finally stop pretending!

-Haddad wins, nothing changes, and we are left in bliss. The bliss of what could have been not... being; finally free from all of our most apocalyptic predictions. We'll continue to kill poor people, not grant land to indigenous and quilombist peoples, completely neglect public education and affirmative action, condone hate crimes, militarize whatever necessary, and so on...- but Diet.

In any case, comes summer and we'll still know who did what this spring. Families will never be the same, no more guilt driven polite interactions at major holidays. Hopefully. And not too shabby is the memory of when virtually no one on the left shied away from using the word Fascist, shouting together knowing we don't mean it figuratively.

For any case, I prepare, and wait for the day to pass, for us to stop occupying our minds with the absurd words of a bigot, and to get back to work. The truth is we are pretty much fucked either way, and the ballot is not what's gonna get us out of it.


Update: The result is out

Brazil elected Jair Messias Bolsonaro as president. Since the “Messias” emerged, we began to see the masks falling.

Now, all the atrocities that have already been taking place, have been legitimized and will become even more visible. Kill the poor, as a solution to the crisis of Capitalism. Kill LGBTQI+ as a solution to the “crisis” of the traditional family. Kill black, kill Indigenous peoples, kill women .. and destroy the minimal achievements of many years of struggle.

We give up certain principles because of fear. Because crumbs are better than nothing. This strengthens the hegemony, while it accumulates and wastes sadistically. Fascism, which had hitherto been veiled, is now uncomfortably exposed. Now we’ll drown on Genocidal Patriotism.

Yesterday, October 28, 2018, shortly after confirmation of the election results, a woman was beaten by a Military Police officer in the state capital that voted least for Bolsonaro; Salvador.

She wore a red t-shirt with Lula’s face on it, and her unconscious face bled. The fear that we, marginalized, already felt on the streets, was only exacerbated.

Being marginal is not a crime, it’s being excluded.

Mirna Wabi-Sabi and Jam Costa


Mirna Wabi-Sabi

is co-editor of Gods&Radicals, and writes about decoloniality and anti-capitalism.


Tradução

"Muitos, na verdade, a maioria dos partidos políticos, especialmente na metrópole, tornaram-se servos abertos do capital e, portanto, competem, nem mesmo fingindo representar o povo, mas a serviço da riqueza.

Os partidos políticos, além de serem mecanismos para acumular riqueza pessoal, são máquinas para dar às pessoas a ilusão da democracia ".

(Múmia Abul Jamal)

Bom dia Brasil! E para todos vocês nos assistindo de longe neste dia especial. Sim, hoje (28 de outubro de 2018) é dia de eleição aqui... e o candidato favorito é o tipo de pessoa que faria você pensar: "Ah, que bom que é 2018 e não precisamos mais lidar com esse tipo de merda". Aí você percebe que a merda está aqui, agora, seu coração cai no chão, e você começa a se preocupar com a sua própria segurança e a de seus entes queridos.

As pessoas estão tão estressadas que até os anarquistas estão falando sobre votar e fazer a coisa do "menos-mal". Mas o que a votação realmente fará? Eu tenho alguns cenários em mente:

-O coiso ganha e realmente faz todas as coisas absurdas que ele pretende fazer. Isso é menos provável porque, sejamos honestos, quando um candidato realmente faz o que promete? Matar pessoas pobres, não permitir um centímetro de terra para povos indígenas e quilombolas, negligenciar completamente a educação pública e cotas, defender crimes de ódio, militarizar o que for necessário, e assim por diante... Neste cenário, ele seria simplesmente a irrigação de uma plantação já existente e próspera.

-O coiso vence e não faz nada (como de costume). Nós apenas continuamos a viver em um país onde precisamos ouvir a voz dele, e temos pena de nós mesmos e mesmas por ter a capacidade de discernir o significado desses berros desumanos.

-Haddad vence, o coiso reúne suas tropas e seus asseclas repulsivos para tomar o poder à força. A democracia está comprovadamente acabada, podemos finalmente parar de fingir.

Agora posso comer qualquer coisa!

Agora posso comer qualquer coisa!

-Haddad vence, nada muda e ficamos felizes. A felicidade do que poderia ter sido... não ser; finalmente livre de todas as nossas previsões apocalípticas. Continuaremos a matar pessoas pobres, não concederemos terras a povos indígenas e quilombolas, negligenciaremos completamente a educação pública e as cotas, não condenaremos crimes de ódio, militarizaremos o que for necessário, e assim por diante...- mas versão Diet.

De qualquer forma, chega o verão e ainda vamos saber quem fez o que esta primavera. As famílias nunca serão as mesmas, não haverá interações educadas baseadas em culpa nos principais feriados. Espero. E gostosa é a lembrança de quando praticamente ninguém da esquerda se esquivou de usar a palavra Fascista, gritando juntos, sabendo que não a usamos figurativamente.

Para qualquer dos casos, eu me preparo, e estou louca para que esse dia passe, para que paremos de ocupar nossas mentes com as palavras absurdas de um intolerante, e voltemos ao trabalho. A verdade é que estamos basicamente fodidos de qualquer forma, e a maquininha não é o que vai nos protejer disso.


Update: O resultado saiu

Brasil elegeu Jair Messias Bolsonaro como presidente. Desde que o “Messias” emergiu, começamos a ver as mascaras caindo.

Agora, todas as atrocidades que já aconteciam, foram legitimadas e se tornarão ainda mais visíveis. Matar o pobre, como solução para a crise do Capitalismo. Matar LGBTQI+, como solução para a “crise” da familia tradicional. Matar preto, matar Indígena, matar mulheres… e a destruição das mínimas conquistas de muitos anos de luta.

Abrimos mão de princípios por medo. Porque migalhas são melhores do que nada. O que fortalece a hegemonia, enquanto ela acumula e desperdiça sadicamente. O Fascismo que até então era velado, se escancarou. Agora seremos afogados e afogadas nesse Patriotismo Genocida.

Ontem, dia 28 de Outubro de 2018, logo após a confirmação dos resultados eleitorais, uma mulher foi agredida por um PM na capital do estado que menos votou pro Bolsonaro; Salvador.

Ela usava uma camisa vermelha com o rosto do Lula, e seu rosto inconsciente sangrou. O medo que nós marginalizados e marginalizadas já sentíamos nas ruas, só foi exacerbado.

Ser marginal não é crime, é ser excluido e excluída.

Mirna Wabi-Sabi e Jam Costa


Mirna Wabi-Sabi

é editora de Gods and Radicals, escreve sobre decolonialidade, feminismo, e anti-capitalismo.

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